Advogado Pode Cobrar Antes de Ganhar a Causa?
- Mota Tobias
- 7 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 7 de mai.
A relação entre advogado e cliente muitas vezes gera dúvidas sobre quando e como os honorários podem ser cobrados.
Uma das questões mais frequentes é se o profissional pode exigir pagamento antes mesmo de obter êxito no caso.
Neste artigo, exploraremos os limites e as possibilidades dessa cobrança, garantindo que tanto o advogado quanto o cliente entendam seus direitos e deveres.

É Legal Cobrar Honorários Antecipados?
Sim, a cobrança antecipada é permitida, mas com ressalvas importantes. O Código de Ética da OAB não desautoriza que o advogado exija pagamento antes da conclusão do serviço, desde que isso esteja previsto em contrato e o valor seja justo.
Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência.
[...]
§ 3º Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de primeira instância e o restante no final.
Essa prática é comum em casos que demandam despesas iniciais, como custas processuais ou trabalhos prévios de análise jurídica. No entanto, o valor não pode ser abusivo, sob pena de configurar infração ética.
Além disso, o Estatuto da OAB (Lei 8.906/94) reforça que o advogado tem direito a uma remuneração adequada, mas sempre com transparência.
Se o cliente sentir que está sendo pressionado ou que os valores são desproporcionais, pode recorrer ao Conselho Seccional da OAB. Portanto, a legalidade existe, mas deve ser exercida com equilíbrio e bom senso.
Como Deve Ser Feita Essa Cobrança?
A cobrança antecipada precisa ser formalizada em um contrato de honorários, com clareza sobre valores, prazos e condições.
Outro ponto crucial é a comunicação. O advogado deve explicar por que determinado valor está sendo cobrado adiantado, seja para cobrir despesas iniciais ou pelo trabalho estratégico já realizado.
E Se o Cliente Não Quiser Pagar Antecipadamente?
Nem todos os clientes estão dispostos a arcar com custos antes de ver resultados, e o advogado precisa estar preparado para lidar com essa resistência.
Uma alternativa é negociar um parcelamento ou estabelecer um valor simbólico inicial, com pagamentos vinculados a etapas do processo.
Em alguns casos, o profissional pode exigir uma provisão de honorários, garantindo que terá recursos para bancar as despesas iniciais.
Se o cliente se recusar totalmente a pagar, o advogado pode optar por não aceitar o caso.
Quando a Cobrança Antecipada Pode Ser Considerada Antiética?
A cobrança se torna antiética quando fere os princípios da razoabilidade e da boa-fé. Por exemplo, exigir um valor altíssimo apenas para protocolar uma ação simples pode ser visto como exploração.
Outra situação problemática é quando o advogado retém documentos ou deixa de tomar medidas essenciais por falta de pagamento.
O Código de Ética proíbe que o profissional prejudique o cliente por questões financeiras, especialmente em casos urgentes. Se houver inadimplência, a solução deve ser judicial, nunca a negligência no serviço.
Portanto, o equilíbrio entre direito e ética é o caminho mais seguro para uma advocacia bem-sucedida.
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