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Audiência Para Acordo de Não Persecução Penal

  • Foto do escritor: Mota Tobias
    Mota Tobias
  • 7 de mai.
  • 4 min de leitura

O direito penal brasileiro vem buscando alternativas para desafogar o Judiciário e resolver conflitos de forma mais eficiente. Uma dessas ferramentas é o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), previsto no Pacote Anticrime (Lei 13.964/2019). 


Mas como funciona a audiência que homologa esse acordo? Quem pode se beneficiar? E por que a presença de um advogado é indispensável? 


Neste artigo, exploraremos essas questões, esclarecendo os principais pontos sobre esse mecanismo que tem ganhado espaço no sistema de justiça criminal.

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Entenda mais sobre a audiência para acordo de não persecução penal.

O Que É o Acordo de Não Persecução Penal?

O ANPP é um instrumento que permite ao Ministério Público (MP) abrir mão de promover a ação penal contra um investigado, desde que este cumpra certas condições. 


Diferentemente da transação penal ou do sursis processual, o acordo ocorre antes mesmo de a denúncia ser oferecida, evitando que o caso chegue ao Poder Judiciário. 


O objetivo é proporcionar uma solução rápida para crimes de menor gravidade, como injúria, ameaça ou dano patrimonial sem violência. Contudo, crimes hediondos, de violência doméstica ou contra a administração pública estão excluídos dessa possibilidade.

Como Funciona a Audiência de Homologação?

Uma vez que o MP e o investigado chegam a um consenso, o próximo passo é a audiência de homologação perante o juiz. 


Nessa fase, o magistrado avalia se os termos do acordo são justos e legais, garantindo que não haja abusos. 


Apesar de o MP já ter concordado previamente, o juiz pode questionar pontos do acordo ou até mesmo rejeitá-lo se entender que há irregularidades. 


É importante destacar que, embora a presença do Ministério Público não seja sempre obrigatória nessa audiência, a do investigado e de seu advogado é essencial para validar o processo.


Quais Crimes Podem Ser Enquadrados no ANPP?

O ANPP não se aplica a qualquer infração penal. Ele foi pensado para crimes de menor potencial ofensivo, ou seja, aqueles com baixa repercussão social e pena máxima não superior a quatro anos. 


Exemplos comuns incluem lesão corporal leve, difamação e furto sem agravantes. 


Por outro lado, delitos como homicídio, tráfico de drogas e corrupção estão fora desse alcance, justamente por sua gravidade. 


Além disso, mesmo em crimes leves, o MP só propõe o acordo se houver possibilidade de reparação do dano, como indenização à vítima ou prestação de serviços à comunidade.

Por Que a Presença de um Advogado é Obrigatória?

A Constituição garante o direito ao contraditório e à ampla defesa, e no ANPP isso não é diferente. 


O investigado deve estar assistido por um advogado, seja constituído ou dativo, pois o acordo envolve a renúncia a um direito (o de ser processado e eventualmente absolvido). 


Sem assistência jurídica, o acordo pode ser anulado, já que o acusado pode não compreender plenamente as implicações daquela decisão. Além disso, o advogado tem papel crucial na negociação das condições, assegurando que seu cliente não assuma obrigações desproporcionais ou ilegais.


Quais São as Vantagens do ANPP Para o Investigado?

Aceitar um acordo de não persecução penal pode trazer benefícios significativos. Em primeiro lugar, evita-se o desgaste de um processo criminal, que pode levar anos para ser resolvido. 


Também não há condenação, o que preserva a ficha limpa do acusado. Outra vantagem é a certeza jurídica: uma vez cumpridas as condições, o MP não poderá retomar a ação penal pelo mesmo fato. 


No entanto, é preciso cautela: se o investigado descumprir o combinado, o acordo será revogado, e a denúncia poderá ser oferecida normalmente.


O Que Acontece se o Juiz Não Homologar o Acordo?

Embora o MP tenha autonomia para propor o ANPP, a palavra final é sempre do juiz. Se o magistrado entender que o acordo é injusto, ilegal ou desproporcional, poderá rejeitá-lo. 


Nesse caso, o processo segue seu curso normal, podendo resultar em denúncia e ação penal. 


Por outro lado, se homologado, o acordo passa a valer imediatamente, e o cumprimento das condições será monitorado. Caso tudo seja feito corretamente, o caso se encerra sem maiores consequências para o investigado.


Conclusão: Vale a Pena Aceitar o ANPP?

O Acordo de Não Persecução Penal é uma ferramenta valiosa para descongestionar o sistema penal e oferecer uma solução mais ágil para crimes menos graves. No entanto, sua aceitação deve ser bem avaliada, sempre com o auxílio de um advogado. Se as condições forem razoáveis e o investigado estiver disposto a cumpri-las, o ANPP pode ser uma excelente alternativa ao processo tradicional. 


Por outro lado, se houver dúvidas sobre a legalidade ou justiça do acordo, o caminho mais seguro pode ser seguir com a defesa plena no processo criminal.


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