Como Saber o Motivo do Bloqueio Judicial da Conta
- Mota Tobias
- 31 de jan. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 4 de mai. de 2024
A ocorrência de bloqueio judicial de uma conta bancária é uma situação complexa que exige compreensão detalhada dos motivos por trás dessa ação.
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Neste artigo, aprofundaremos nossa análise sobre os motivos do bloqueio, buscando elucidar as nuances envolvidas nesse procedimento legal, que incluem dÃvidas cobradas na justiça e outros elementos fundamentais.
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Motivos do Bloqueio Judicial da Conta
DÃvidas tributárias representam uma das principais razões para o bloqueio judicial de contas. Quando o contribuinte deixa de cumprir suas obrigações fiscais, as autoridades podem recorrer a uma execução fiscal para assegurar a regularização dos débitos.
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Além disso, penhoras judiciais são frequentemente aplicadas em processos de execução de dÃvidas, onde o bloqueio visa garantir recursos para a quitação do débito reconhecido em juÃzo, através do processo de execução de tÃtulo extrajudicial.
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As execuções fiscais também figuram entre os motivos comuns para o bloqueio. Órgãos públicos, como a Receita Federal, podem acionar esse mecanismo para garantir o pagamento de impostos em atraso.
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É vital que o devedor compreenda a origem especÃfica de sua dÃvida, identificando qual processo judicial ela está relacionada.
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Notificação e Informação
Ao receber a notificação de bloqueio, o devedor tem o direito de obter informações claras e detalhadas sobre os motivos que levaram à medida.
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No caso de bloqueios é assegurada transparência, permitindo que o devedor compreenda a origem de sua dÃvida e tome providências adequadas.
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Além disso, é possÃvel solicitar informações diretamente ao gerente do banco responsável pela conta bloqueada, para saber o número do processo que teve a decisão de bloqueio.
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Muitas vezes, a intimação judicial contém dados essenciais sobre a causa do bloqueio, e a transparência nesse processo é assegurada pela legislação.
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O acesso ao processo judicial, por meio do qual o bloqueio foi determinado, oferece uma visão aprofundada dos argumentos e fundamentos jurÃdicos que embasam essa medida.
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Buscar essas informações é um direito do devedor e uma etapa crucial para tomar decisões informadas sobre como contestar o bloqueio judicial da conta.
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Recursos PossÃveis
Diante do bloqueio, a legislação brasileira prevê diversos recursos legais para o devedor contestar a medida. O Art. 914 do Código de Processo Civil, por exemplo, estabelece a possibilidade de apresentar embargos à execução.
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Essa ferramenta jurÃdica permite ao devedor questionar a dÃvida ou apontar eventuais irregularidades no processo que fundamentam a contestação.
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No contexto tributário, a Lei nº 6.830/80 regula a cobrança judicial da DÃvida Ativa da União, fornecendo parâmetros especÃficos para a execução fiscal.
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É essencial compreender as disposições desta lei ao contestar bloqueios relacionados a dÃvidas tributárias, garantindo uma abordagem jurÃdica eficaz.
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Ainda, outra alternativa para aqueles que buscam contestar o bloqueio judicial, os Arts. 832 e 833 do Código de Processo Civil apresenta os limites e condições para a constrição judicial de bens pela penhora.
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Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis.
 Art. 833. São impenhoráveis:
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
 III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
 IV - os vencimentos, os subsÃdios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua famÃlia, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º ;
 V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensÃlios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercÃcio da profissão do executado;
 VI - o seguro de vida;
 VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
 VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela famÃlia;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;
 X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mÃnimos;
 XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido polÃtico, nos termos da lei;
 XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
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Entender esses limites é crucial ao formular uma estratégia jurÃdica para reverter o bloqueio.
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Além desses dispositivos legais, é importante considerar a jurisprudência vigente, pois decisões judiciais anteriores podem fornecer precedentes valiosos para embasar a contestação.
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A consulta a decisões de tribunais superiores e análise de casos similares podem enriquecer a argumentação jurÃdica.
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Consultar um advogado especializado em direito processual civil é essencial para uma abordagem jurÃdica eficaz. Profissionais qualificados podem analisar os detalhes do caso, identificar possÃveis irregularidades processuais e elaborar estratégias jurÃdicas robustas para contestar o bloqueio judicial da conta.
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Em resumo, a compreensão profunda dos recursos legais disponÃveis, aliada a uma análise criteriosa da legislação e jurisprudência pertinentes, é fundamental ao enfrentar o bloqueio judicial de uma conta.
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O detalhamento jurÃdico desses recursos oferece ao devedor as ferramentas necessárias para contestar a medida de maneira fundamentada e assertiva, buscando a reversão da decisão judicial.
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Impenhorabilidade do Salário
A impenhorabilidade do salário é um ponto crucial, especialmente quando o bloqueio afeta diretamente a subsistência do devedor.
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Protegido pela Constituição Federal (Art. 7º, X), o salário possui resguardos legais que impedem seu bloqueio integral.
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 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
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O devedor tem o direito de requerer a liberação de um montante mÃnimo, garantindo sua sustentabilidade financeira.
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Ainda, quantias até 40 salários mÃnimos também estão abrangidas por esta proteção.
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Consulta JurÃdica
Dada a complexidade dos motivos que levam ao bloqueio, é altamente recomendável buscar a orientação de um profissional jurÃdico.
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Os advogados especializados podem analisar a natureza especÃfica da dÃvida, verificar a legalidade do bloqueio e orientar sobre os passos a serem tomados para contestar a medida.
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Conclusão
A compreensão aprofundada dos motivos que levam ao bloqueio judicial de uma conta é essencial para que o devedor possa agir de maneira informada e estratégica.
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A transparência nas informações, o uso adequado dos recursos legais e a proteção da impenhorabilidade do salário são elementos-chave para assegurar a justiça nesse processo. Ao explorar cada motivo de bloqueio, o devedor pode tomar decisões embasadas para lidar com essa situação desafiadora.
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