Convênio Negou Tratamento ABA
- Mota Tobias
- 8 de jun. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 13 de jun. de 2024
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição de desenvolvimento neurológico que afeta a comunicação, comportamento e interação social. A gravidade dos sintomas pode variar, mas todos os indivíduos com TEA enfrentam desafios significativos na vida diária.
Embora não haja cura, intervenções precoces e contínuas podem melhorar significativamente o prognóstico, proporcionando melhor qualidade de vida.
Um dos tratamentos mais eficazes para autismo é a Terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada). ABA é uma abordagem baseada em evidências que utiliza princípios de aprendizado para melhorar habilidades sociais, comunicativas e de vida diária. Este tratamento é amplamente reconhecido e recomendado por profissionais de saúde ao redor do mundo.
Importância dos Tratamentos para Autismo
Além da Terapia ABA, existem outras abordagens terapêuticas que podem complementar o tratamento do autismo, como:
Terapia Ocupacional: Foca em melhorar habilidades motoras finas e grossas, ajudando na realização de atividades diárias.
Fonoaudiologia: Auxilia no desenvolvimento da comunicação verbal e não-verbal.
Terapia Comportamental: Ajuda a reduzir comportamentos problemáticos e desenvolver habilidades sociais.
Terapia Floortime: Enfatiza a importância do relacionamento e da interação emocional no desenvolvimento da criança.
Terapia Teacch: Foca em adaptar o ambiente de aprendizagem às necessidades específicas do autista.
Essas terapias, em conjunto, proporcionam uma abordagem holística, melhorando o prognóstico e a qualidade de vida dos indivíduos com autismo.
Direitos na Legislação
No Brasil, os direitos das pessoas com autismo são garantidos por diversas leis, destacando-se a Lei Berenice Piana (Lei nº 12.764/2012), que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
Esta lei equipara os autistas às pessoas com deficiência, garantindo-lhes acesso a serviços de saúde, educação e assistência social.
O Código de Defesa do Consumidor (CDC) também protege os direitos dos autistas e seus familiares na relação com os planos de saúde. Segundo o CDC, as operadoras de planos de saúde não podem negar cobertura para tratamentos prescritos por médicos, especialmente quando se trata de tratamentos essenciais e baseados em evidências, como a Terapia ABA.
Negativa de Tratamento pelo Convênio
Infelizmente, não é incomum que convênios de saúde neguem a cobertura de tratamentos essenciais como a Terapia ABA.
Essa negativa pode ser baseada em diversas justificativas, como a alegação de que o tratamento não está incluído no rol de procedimentos obrigatórios da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Contudo, essa negativa é abusiva e pode ser contestada judicialmente. A Justiça tem se posicionado a favor dos beneficiários, reconhecendo que tratamentos prescritos por profissionais de saúde devem ser cobertos pelos planos, mesmo que não estejam explicitamente listados no rol da ANS.
O que Fazer em Caso de Negativa
Se o convênio negou o tratamento ABA, é importante seguir alguns passos:
Solicitação por Escrito: Peça ao convênio a negativa por escrito. Este documento será fundamental como prova em uma eventual ação judicial.
Relatório Médico: Obtenha um relatório detalhado do médico ou terapeuta que indicou a Terapia ABA, justificando a necessidade do tratamento.
Reclamação na ANS: Registre uma reclamação na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A ANS é responsável por regular e fiscalizar os planos de saúde no Brasil e pode intervir em caso de negativa abusiva.
Procure um Advogado: Consultar um advogado especializado em direito do consumidor e saúde é essencial. Ele poderá orientar sobre os passos legais e ajuizar uma ação contra o plano de saúde.
Ação Judicial
A ação judicial é uma medida eficaz para garantir o direito ao tratamento. Os tribunais brasileiros têm entendido que a negativa de tratamentos prescritos é abusiva, e as decisões judiciais têm sido favoráveis aos consumidores.
Na ação judicial, pode-se pedir:
Cobertura do Tratamento: A obrigação do plano de saúde em cobrir as sessões de Terapia ABA.
Danos Morais: Indenização pelo sofrimento e transtornos causados pela negativa do tratamento.
Danos Materiais: Reembolso de despesas já realizadas com o tratamento, se houver.
Conclusão
O acesso ao tratamento ABA é um direito dos autistas e deve ser respeitado pelos planos de saúde. A negativa de cobertura é abusiva e pode ser contestada judicialmente.
A Justiça brasileira tem sido um importante aliado na defesa dos direitos dos autistas, garantindo o acesso a tratamentos essenciais e promovendo a qualidade de vida desses indivíduos.
Se você ou seu familiar teve o tratamento ABA negado pelo convênio, saiba que existem meios legais para reverter essa situação. Consulte um advogado especializado e lute pelos seus direitos. A saúde e o bem-estar do autista são prioridades que não podem ser negligenciadas.
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