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Procuração Vale Depois da Morte

  • Foto do escritor: Mota Tobias
    Mota Tobias
  • 13 de mai.
  • 3 min de leitura

A procuração é um instrumento jurídico essencial para delegar poderes a outra pessoa, mas o que acontece com ela após a morte do outorgante? 


A procuração continua válida ou perde seu efeito? 


E em que situações ela pode sobreviver ao falecimento? 


Neste artigo, exploraremos essas questões, esclarecendo os princípios legais e as exceções que podem influenciar a validade da procuração após a morte.


caneta assinando documento
Veja se uma procuração vale mesmo depois da morte.

O Que é uma Procuração e Como Ela Funciona?

A procuração é um documento que autoriza uma pessoa (procurador) a agir em nome de outra (outorgante) em atos ou negócios jurídicos específicos. Ela pode ser pública, lavrada em cartório, ou particular, feita de forma simples. 


A procuração é regida pelo princípio da confiança pessoal, o que significa que o outorgante escolhe o procurador com base em sua relação de confiança. 


Essa característica é fundamental para entender por que a procuração geralmente se extingue com a morte do outorgante.

Por Que a Procuração se Extingue com a Morte?

A morte do outorgante extingue a procuração porque o mandato é um ato pessoal e intransferível. O Código Civil (Art. 682) estabelece que o mandato se encerra com a morte do outorgante, salvo disposição em contrário no contrato. 


Lei nº 10.406/2002 (Art. 682):

"Extingue-se o mandato: I - pela revogação ou renúncia; II - pela morte ou interdição do mandante ou do mandatário; III - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio para que foi conferido."


Isso ocorre porque a relação de confiança entre as partes não pode ser herdada ou transferida. Após o falecimento, os atos que dependiam da procuração passam a ser de responsabilidade dos herdeiros ou do inventariante.


Existe Alguma Exceção à Regra?

Sim, existem exceções à regra de que a procuração se extingue com a morte do outorgante. 


A principal exceção é a cláusula de continuidade, que deve estar expressa e de forma clara no documento, permitindo que o procurador continue agindo após o falecimento. 


Por exemplo, se um empresário inclui uma cláusula na procuração dizendo que o mandato continua válido para concluir negócios em andamento, o procurador pode seguir administrando a empresa.


Além disso, em casos de gestão de negócios, a procuração pode ser mantida se for essencial para a continuidade das operações e houver concordância dos herdeiros. 


Outra exceção ocorre quando a procuração envolve interesses de terceiros, como a administração de um fundo que beneficia outras pessoas. 


Nesses casos, a continuidade do mandato pode ser necessária para proteger esses interesses. Por fim, em situações de urgência, como a venda de um imóvel em fase final de negociação, a procuração pode ser mantida para evitar prejuízos. 


Essas exceções mostram que, embora a regra geral seja a extinção do mandato, há situações em que a procuração pode sobreviver à morte do outorgante

Outras Exceções

Uma exceção importante é a chamada procuração "em causa própria", prevista no artigo 685 do Código Civil.


Na prática, trata-se de um instrumento utilizado para a transferência de bens entre pessoas, e não de uma procuração em sentido estrito.

Seu conteúdo se assemelha muito mais a um contrato de compra e venda, conservando o nome de "procuração" apenas por tradição de uso.


Outra exceção diz respeito à proteção da boa-fé de terceiros. Conforme o artigo 689 do Código Civil, são considerados válidos os atos praticados com base em uma procuração, mesmo após o falecimento do outorgante, desde que os terceiros envolvidos — como instituições bancárias — não tivessem conhecimento do óbito.


Como os Herdeiros Podem Agir Após a Morte?

Após a morte do outorgante, os herdeiros ou o inventariante nomeado no processo de inventário assumem a gestão dos bens e direitos do falecido. 


Se for necessário continuar os atos que dependiam da procuração, os herdeiros podem emitir uma nova procuração para um procurador de sua confiança. 


Essa nova procuração deve ser feita de acordo com as regras legais e as necessidades específicas da situação.


É importante lembrar que as informações aqui apresentadas não substituem a orientação jurídica personalizada, e para obter informações mais detalhadas sobre o assunto tratado neste artigo, é aconselhável consultar um advogado especialista. 


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