Se eu Casar de Novo Perco a Pensão?
- Mota Tobias
- 13 de ago. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 13 de ago. de 2024
Uma das dúvidas mais frequentes entre os beneficiários de pensão por morte é se um novo casamento implica na perda do benefício.
Esta preocupação é compreensível, uma vez que a pensão por morte é muitas vezes essencial para garantir a subsistência do cônjuge sobrevivente e seus dependentes.
Neste artigo, vamos explorar detalhadamente como funciona a pensão por morte, o que a lei diz sobre a questão do novo casamento e quais são as possibilidades de perda desse benefício.
Introdução à Pensão por Morte
A pensão por morte é um benefício previdenciário pago aos dependentes do segurado falecido que contribuiu para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O objetivo é proporcionar um amparo financeiro aos dependentes, ajudando a garantir a manutenção do seu padrão de vida.
Os dependentes elegíveis incluem o cônjuge, companheiro, filhos menores de 21 anos ou inválidos, pais e irmãos menores de 21 anos ou inválidos.
O Novo Casamento Afeta a Pensão por Morte?
De acordo com a Lei nº 8.213/91, que regula os benefícios da Previdência Social, um novo casamento não resulta na perda da pensão por morte.
Esta lei revogou a antiga Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), que determinava a perda da pensão por morte em caso de novo matrimônio.
Atualmente, a lei assegura que o beneficiário da pensão por morte pode casar-se novamente sem que isso afete o recebimento do benefício.
Histórico Legal
A ideia de que um novo casamento levaria à perda da pensão por morte tem suas raízes na LOPS, que vigorava até 1991.
Sob esta legislação, a mulher que contraísse novo matrimônio perdia o direito à pensão por morte, sob o entendimento de que seu novo cônjuge proveria sua subsistência financeira.
No entanto, com a entrada em vigor da Lei nº 8.213/91, essa disposição foi eliminada.
Segundo a atual legislação previdenciária, não há qualquer impedimento para que o pensionista tenha um novo casamento ou estabeleça uma união estável, sem que isso acarrete a perda do benefício de pensão por morte.
Situações Especiais e Exceções
Apesar de a regra geral permitir que o pensionista mantenha o benefício mesmo após um novo casamento, existem algumas situações específicas que podem levar ao cancelamento da pensão por morte.
É importante conhecer essas exceções para evitar surpresas desagradáveis.
Acumulação de Benefícios
Uma das principais regras que devem ser observadas é a impossibilidade de acumular mais de uma pensão por morte.
Caso o novo cônjuge do pensionista venha a falecer, o beneficiário deverá escolher entre a pensão por morte anterior e a nova, optando pelo benefício mais vantajoso financeiramente.
Regras Específicas para Servidores Públicos e Militares
É importante destacar que, para alguns servidores públicos e militares, as regras podem ser diferentes.
Em alguns regimes próprios de previdência, um novo casamento ou uma nova união estável podem resultar na perda da pensão por morte.
Portanto, é essencial verificar as normas específicas do regime previdenciário ao qual o falecido estava vinculado.
Outras Causas de Perda da Pensão por Morte
Além do novo casamento, existem outras situações que podem levar ao cancelamento da pensão por morte.
Estas incluem:
Idade dos Dependentes: Filhos ou irmãos do segurado falecido perdem o direito à pensão por morte ao completarem 21 anos, salvo se forem inválidos ou tiverem deficiência grave.
Cessação da Invalidez: Se o dependente inválido ou com deficiência recuperar sua capacidade, o benefício pode ser cancelado.
Fraude: Caso seja comprovada a fraude na obtenção do benefício, como casamento ou união estável simulados para garantir a pensão por morte, o benefício pode ser cancelado.
Condenação Penal: O dependente que tenha sido condenado por homicídio doloso contra o segurado perde o direito à pensão por morte.
A Importância do Advogado Especialista em Previdência
Diante das complexidades e particularidades das regras de concessão e manutenção da pensão por morte, é altamente recomendável contar com o apoio de um advogado especializado em direito previdenciário.
Seu advogado de confiança pode ajudar a entender as especificidades do caso, orientar sobre os direitos e deveres dos beneficiários e garantir que o processo de solicitação ou manutenção do benefício seja realizado corretamente.
Além disso, caso haja indeferimento do pedido de pensão ou cancelamento indevido do benefício, o advogado pode auxiliar na interposição de recursos administrativos e ações judiciais para assegurar os direitos do beneficiário.
Alternativas para Proteção dos Seus Bens e Direitos Financeiros
Além das questões diretamente relacionadas à pensão por morte, outras formas de proteção patrimonial podem ser fundamentais para garantir a segurança financeira em diversas situações.
A união estável e o contrato de namoro são instrumentos jurídicos que podem ser utilizados para proteger os bens e direitos financeiros dos envolvidos.
União Estável
A união estável é reconhecida pela legislação brasileira como uma entidade familiar, caracterizada pela convivência pública, contínua e duradoura com o objetivo de constituição de família.
No entanto, a união estável pode gerar efeitos patrimoniais semelhantes aos do casamento, como a comunicação de bens adquiridos durante a convivência.
Para evitar conflitos e proteger o patrimônio, é possível formalizar a união estável por meio de um contrato escrito. Nesse contrato, os parceiros podem definir o regime de bens aplicável à relação, estipulando, por exemplo, a separação de bens.
Dessa forma, os bens adquiridos por cada parceiro durante a união não se comunicam, protegendo o patrimônio individual em caso de dissolução da união ou de problemas financeiros de um dos parceiros.
Contrato de Namoro
O contrato de namoro é um instrumento jurídico utilizado para formalizar a intenção de um casal de manter uma relação afetiva sem os efeitos patrimoniais de uma união estável.
Esse contrato pode ser uma forma de evitar a caracterização da união estável e proteger o patrimônio individual de cada parceiro.
No contrato de namoro, as partes declaram que não têm a intenção de constituir família, mas apenas de manter uma relação afetiva, sem a comunhão de bens ou direitos patrimoniais.
Assim, os bens adquiridos durante o namoro permanecem individuais e não são afetados por eventuais problemas financeiros do parceiro.
Temos um artigo jurídico completo sobre Como Fazer um Contrato de Namoro.
Considerações Finais
Casar-se novamente não implica na perda automática da pensão por morte, conforme assegura a legislação previdenciária vigente. No entanto, é crucial estar atento às regras específicas de cada regime previdenciário e às exceções que podem levar ao cancelamento do benefício.
Contar com a orientação de um advogado especializado pode fazer toda a diferença para garantir a manutenção do direito à pensão por morte e evitar complicações futuras.
Em suma, o pensionista que deseja contrair novo matrimônio pode fazê-lo sem receios, desde que ciente das demais condições que podem afetar o benefício.
A pensão por morte é um direito garantido pela Previdência Social para amparar os dependentes do segurado falecido, e conhecer os detalhes sobre este direito é fundamental para assegurar a sua continuidade.
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