Como Entrar no Pequenas Causas?
- Mota Tobias

- 19 de nov.
- 3 min de leitura
Quando surge um problema com uma empresa, serviço ou pessoa, muitas pessoas não sabem por onde começar para buscar seus direitos.
A boa notícia é que o Juizado Especial Cível, popularmente conhecido como “pequenas causas”, foi criado exatamente para resolver conflitos de forma simples, rápida e acessível.
Mas, afinal, como funciona esse tipo de processo e quem pode utilizá-lo?
Antes de entrar com uma ação, é fundamental entender as regras, os limites de valor e os passos necessários para que tudo ocorra de forma correta e eficaz.

O que é o Juizado de Pequenas Causas?
O Juizado Especial Cível é um órgão da Justiça criado pela Lei nº 9.099/1995, com o objetivo de tornar o acesso ao Judiciário mais fácil, rápido e gratuito para o cidadão comum.
Ele julga causas de menor complexidade, como cobranças indevidas, vícios em produtos, falhas de serviços e conflitos contratuais. O ambiente é menos formal, as audiências são mais objetivas e o trâmite processual é simplificado.
Em muitas situações, o próprio interessado pode apresentar sua reclamação sem precisar de advogado, tornando o sistema mais acessível e menos burocrático.
Quem pode entrar com ação no Juizado Especial Cível?
Qualquer pessoa física maior de 18 anos pode propor uma ação no Juizado de Pequenas Causas, desde que o valor da causa não ultrapasse 40 salários-mínimos.
Se a ação for de até 20 salários-mínimos, não é obrigatória a presença de advogado, embora sua orientação seja sempre recomendável. Empresas de pequeno porte também podem ingressar, desde que observem o mesmo limite de valor.
No entanto, questões complexas, que exigem perícia técnica ou envolvem matérias não previstas na lei dos juizados, devem ser resolvidas na Justiça Comum. Essa limitação preserva a simplicidade e a rapidez que caracterizam o sistema.
Como iniciar uma ação de pequenas causas?
Existem duas formas principais de dar entrada em um processo: presencialmente ou de forma online.
No atendimento presencial, basta comparecer ao Juizado Especial Cível mais próximo com documentos pessoais, comprovante de residência e todas as provas do caso, como notas fiscais, e-mails e contratos.
Um servidor vai registrar o relato e formalizar o pedido inicial. Já no modo eletrônico, o cidadão pode acessar o site do Tribunal de Justiça do seu estado, criar um cadastro e preencher um formulário online, anexando os documentos digitalizados.
Em ambos os casos, o processo é gratuito e não há custas iniciais.
O que acontece depois que a ação é registrada?
Após o registro, o processo é distribuído a um juiz, que marca uma audiência de conciliação.
Nessa fase, as partes são convidadas a tentar um acordo com a ajuda de um conciliador, o que muitas vezes resolve o problema rapidamente.
Se não houver acordo, o juiz designará uma nova audiência, chamada de instrução e julgamento, onde as partes apresentam suas provas e depoimentos. Em seguida, o juiz profere a sentença.
O prazo para uma decisão é bem menor do que na Justiça comum, pois o objetivo do juizado é garantir eficiência e celeridade na resolução dos conflitos.
Vale a pena procurar o Juizado de Pequenas Causas?
Sim, principalmente quando o valor envolvido é baixo e o caso não exige uma análise técnica complexa. O Juizado é uma via prática e econômica para o cidadão que deseja ver seu direito reconhecido sem grandes custos.
Além disso, os juizados priorizam a conciliação, incentivando o diálogo e evitando disputas longas.
Porém, é importante agir com responsabilidade: apresentar provas claras, manter a calma durante as audiências e respeitar os prazos são atitudes essenciais para aumentar as chances de sucesso.
Conclusão
Entrar com uma ação no Juizado de Pequenas Causas é uma forma democrática e eficiente de buscar justiça em situações cotidianas. O procedimento é simples, gratuito e acessível a todos, refletindo o compromisso do Judiciário com o cidadão comum.
Embora a presença de um advogado não seja obrigatória em causas de menor valor, contar com orientação jurídica pode fazer diferença no resultado final.
Mais do que um espaço para resolver conflitos, o Juizado representa um importante instrumento de cidadania, promovendo o equilíbrio e o respeito nas relações de consumo e de convivência.
É importante lembrar que as informações aqui apresentadas não substituem a orientação jurídica personalizada, e para obter informações mais detalhadas sobre o assunto tratado neste artigo, é aconselhável consultar um advogado especialista.
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