Empresa Pode Recusar Atestado Fora do Prazo?
- Mota Tobias
- 23 de abr.
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de abr.
A relação entre empregador e empregado é regida por normas que visam equilibrar direitos e deveres de ambas as partes.
Uma das situações que geram dúvidas é a possibilidade de a empresa recusar um atestado médico entregue fora do prazo.
Afinal, o que diz a lei? Quais são os limites e os direitos envolvidos?
Neste artigo, exploraremos essas questões de forma clara e detalhada, ajudando você a entender como agir nesses casos.

O que diz a CLT sobre o prazo para entrega de atestados?
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não estabelece um prazo específico para a entrega de atestados médicos.
No entanto, é comum que as empresas definam em suas políticas internas um prazo de 48 horas para a apresentação do documento.
Esse prazo é considerado razoável, pois permite que o empregador organize as escalas de trabalho e evite prejuízos operacionais.
Contudo, a falta de previsão legal específica abre margem para discussões sobre a flexibilidade desse prazo em situações excepcionais.
A empresa pode recusar um atestado entregue fora do prazo?
Sim, a empresa pode recusar um atestado entregue fora do prazo estipulado em suas políticas internas.
Quando isso acontece, o período de ausência do funcionário pode ser considerado como falta injustificada, o que pode resultar em desconto salarial ou outras penalidades previstas no regulamento interno da empresa.
No entanto, é importante ressaltar que a recusa deve ser justificada e aplicada de forma coerente, sem abusos ou discriminação.
Quais são as exceções ao prazo de entrega?
Embora a empresa tenha o direito de recusar atestados fora do prazo, existem situações excepcionais que justificam a entrega tardia.
Por exemplo, se o funcionário esteve internado ou impossibilitado de obter o atestado dentro do prazo, a empresa deve avaliar o caso com bom senso.
Nessas situações, a recusa pode ser considerada abusiva, especialmente se o funcionário comprovar que a demora foi inevitável. A flexibilidade é essencial para garantir que os direitos do trabalhador sejam respeitados.
O que o funcionário pode fazer se o atestado for recusado?
Se o atestado for recusado pela empresa, o funcionário tem o direito de buscar soluções para reverter a situação.
Em primeiro lugar, é recomendável solicitar uma justificativa formal da empresa para a recusa. Caso o problema persista, o trabalhador pode buscar orientação junto ao sindicato da categoria ou a um advogado trabalhista.
Além disso, é possível registrar uma reclamação na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) ou no Ministério Público do Trabalho (MPT), que podem intervir para garantir o cumprimento da legislação.
Para te ajudar, escrevemos um artigo sobre Como Fazer Uma Denúncia Trabalhista?.
Como comprovar que a entrega tardia foi justificada?
Para comprovar que a entrega do atestado fora do prazo foi justificada, o funcionário deve reunir documentos que comprovem a impossibilidade de cumprir o prazo.
Por exemplo, em casos de internação hospitalar, é possível apresentar laudos médicos, comprovantes de internação ou declarações do hospital.
Esses documentos servem como prova de que a demora foi inevitável e podem ser usados em eventuais disputas judiciais ou administrativas.
Quais são as consequências da recusa indevida do atestado?
Se a empresa recusar um atestado de forma indevida, o funcionário pode sofrer prejuízos como descontos salariais ou marcação de falta injustificada.
No entanto, a empresa também pode enfrentar consequências, especialmente se a recusa for considerada abusiva.
O trabalhador pode ajuizar uma ação trabalhista para contestar a decisão e buscar reparação pelos danos sofridos.
Nesses casos, a Justiça do Trabalho pode determinar o pagamento de indenizações ou a correção das penalidades aplicadas.
Em resumo, a empresa pode recusar um atestado entregue fora do prazo, mas essa recusa deve ser justificada e aplicada com bom senso.
O funcionário, por sua vez, tem o direito de contestar a decisão e buscar soluções para garantir que seus direitos sejam respeitados.
Conhecer as normas e os procedimentos envolvidos é fundamental para evitar conflitos e garantir uma relação trabalhista saudável e equilibrada.
É importante lembrar que as informações aqui apresentadas não substituem a orientação jurídica personalizada, e para obter informações mais detalhadas sobre o assunto tratado neste artigo, é aconselhável consultar um advogado especialista.
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